Epilepsia em cães e gatos

As convulsões podem ser classificadas de acordo com a sua apresentação, como focal ou generalizada.

 

Em cães, convulsões generalizadas (com alterações da consciência e atividade motora bilateral) é o tipo mais comum. Gatos comumente apresentam crises focais, que podem ser eventos motores e psicomotores. Qualquer parte do corpo pode ser envolvida durante uma convulsão focal, dependendo da região do cérebro afetada.

 

A epilepsia é um distúrbio cerebral caracterizado por convulsões recidivantes. A crise epilética apresenta vários componentes. A verdadeira crise se chama “icto”.  Antes da crise, “pré-ictal” e pode ocorrer uma fase de mudança de comportamento chamada “aura”, nesta fase os animais podem esconder-se, parecer nervosos ou procurar seus proprietários. O “icto”, ou a crise verdadeira, dura geralmente 1 a 2 minutos, mas a variação é considerável.

 

Após a crise, fase “pós-ictal”, o animal pode retornar ao normal em segundos a minutos ou mostrar-se inquieto, letárgico, confuso, desorientado ou cego por alguns minutos ou horas.  Importante saber que a “aura” ou a fase “pós-ictal” não apresentam nenhuma relação com a gravidade das crises.

 

As mudanças comportamentais das crises são compostas de um ou mais fenômenos involuntários: perda da memória ou da consciência;  alteração de movimento ou tônus muscular;  modificação na sensibilidade, incluindo alucinações dos sentidos, visual, olfatório ou auditivo; distúrbio do sistema nervoso autônomo como :salivação, micção ou defecação; outras manifestações psíquicas, processos cognitivos anormais ou humores identificados como alterações comportamentais, por exemplo: medo, raiva, perseguição da cauda.

 

A epilepsia pode ser idiopática ou primária, ou seja, não tem qualquer causa patológica demonstrável e pode ser hereditária. As secundárias, podem ser por causa degenerativa, do desenvolvimento, inflamatórias, infecciosas, tóxica, metabólica, nutricional, traumática, neoplásica ou vascular.

 

Outra causa pode ser o aumento na excitabilidade dos neurônio acompanhando de defeitos na inibição ou se originar de condições ou fatores que promovam a excitação neuronal como por exemplo a ativação elevado de receptores de NMDA pelo glutamato.

 

Muitos produtos para alimentação, rações e petiscos para pets contém o glutamato monossódico. Pesquisas recentes mostram que o glutamato monossódico pode ser classificado como uma excito-toxina, ou seja, uma substância que estimula suas células a ponto de danificá-las ou mata-las. Isto é particularmente perigoso se associado ao glutamato,  por ele ser o principal neurotransmissor estimulante do cérebro. A danificação nas suas células cerebrais pode levar a  efeitos colaterais como por exemplo, epilepsia, dificuldades de aprendizado, obesidade e lesões oculares. Entretanto, muitos animais que apresentam quadros iniciais de convulsão e que passam a receber dietas naturais nunca mais convulsionam.

O primeiro problema a ser superado no tratamento da epilepsia é o fato de que estamos lidando com uma condição que, na maioria dos casos, tem sintomas muito violentos. A salivação, espasmos musculares, uivos, muitas vezes involuntários que podem ocorrer, juntamente com a falta de coordenação do período de recuperação que produzem um estado compreensível de repulsa em muitos proprietários, e um sentimento de impotência, especialmente quando eles testemunham uma crise pela primeira vez.

 

Muitos casos que se apresentam para o tratamento homeopático já estão recebendo anticonvulsivantes convencionais, como fenobarbital e outros. Estes podem não  controlar adequadamente a situação e / ou pode haver preocupações sobre os efeitos colaterais da sua utilização, como danos ao fígado, a longo prazo, o que faz com que muitos proprietários busquem formas naturais de tratamento como a homeopatia, acupuntura ou fitoterapia. 

 

No entanto homeopatia desde o início dá a melhor chance de controle e cura.

 

O tratamento homeopático pode atuar de duas formas. Uma delas é a abordagem constitucional do paciente, visando a obtenção de uma cura completa, pois isso oferece a melhor chance de sucesso, e algumas  vezes, um remédio "agudo" é utilizado como complemento. O outro envolve  o uso de ambos os medicamentos homeopáticos e convencionais. O objetivo aqui é o de usar a homeopatia para reduzir a dependência de medicação pesada, aumentando deste modo as margens de segurança e melhorando a qualidade de vida para o paciente.

 

Dra. Joaquina Pinto Molina CRMV 4294

 

Bibliografia:

 

Michael D. Lorenz, Joe N. Kornegay: Neurologia Veterinária-4ªed/2006; pg 223-243 Ed. Manole Ltda