Estilo de vida e a Doença Articular Degenerativa

As articulações têm como principal função proporcionar estabilidade ao corpo durante o movimento e suportar o seu peso, sendo necessário que não haja dor e uma amplitude completa de movimentos para que se possam realizar as atividades diárias e uma movimentação normal.

Uma articulação deve ser considerada como um todo, sendo composta por cartilagem, osso subcondral, líquido sinovial e ligamentos associados.

A cartilagem é um tecido sem vascularização constituído por condrócitos e por uma extensa matriz extracelular que representa mais de 95% do seu volume.

Os condrócitos são essenciais na produção e manutenção da cartilagem, sendo o único tipo de célula presente neste tecido.

Na articulação saudável, os condrócitos são os responsáveis por manter a reparação da cartilagem que ocorre pelo equilíbrio mantido pela interação entre condrócitos, citocinas e estímulos mecânicos através do movimento.

A doença articular degenerativa é uma enfermidade progressiva, que acomete a cartilagem de articulações sinoviais e é uma doença crônica, de evolução lenta.

Pode estar associada a distúrbios de envelhecimento ou a anormalidades que causam instabilidade articular, como fraturas ósseas, luxações de patela, ruptura de ligamento cruzado cranial, displasia coxofemural .

A inflamação sistêmica crônica é uma das principais causas de destruição precoce das articulações, através da liberação de citocinas inflamatórias, que está diretamente ligada ao estilo de vida deste animal.

A doença periodontal, a falta de saúde intestinal, alimentação processada com alta carga glicêmica, falta de exercícios,  obesidade são fatores que estimulam a liberação de citocinas inflamatórias, entre elas IL 1 (interleucinas 1) e Fator de Necrose tumoral, induzindo a liberação de metaloproteinases, que contribuem para a fibrose da cápsula articular na inflamação crônica.

 

As estratégias mais importantes para preservar a saúde articular são:

- Cuidar da saúde bucal;

- Cuidar da saúde intestinal;

- Proporcionar uma dieta anti- inflamatória, rica em alimentos funcionais, carboidratos complexos, proteínas de alto valor biológico e gorduras anti-inflamatórias;

- Fazer exercícios moderados;

- Fornecer nutrientes antioxidantes e nutracêuticos que protegem os condrócitos;

- Controle da inflamação sistêmica crônica;

- Controle ambiental, evitando pisos lisos e uso excessivo de escadas.

 

Por Dra. Joaquina Molina CRMV-RS 4294

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Exercício é bom pra cachorro!

Não só os humanos se beneficiam do bem que o exercício proporciona para o corpo e a mente.

 

 

Além de gastar energia, o cão precisa de atividades para acostumar-se com diversas situações, assim ele exercita o cérebro e o corpo. O resultado só pode ser positivo: diminui o stress e aumenta o bem estar e a qualidade de vida.

 

Alguns cães precisam de atividade intensa como pastor alemão e pastor belga, labrador, cocker, beagle, dálmata.

 

Outros podem receber atividade física moderada ou baixa, como alguns shitzu, lhasa, yorkshire, bulldog francês e inglês e pug, por exemplo. Procure saber qual é a necessidade ideal de exercícios para o seu cão e se ele possui limitações físicas. 

 

Veja algumas dicas para exercícios com cães:

 

  1. Comece com caminhadas leves e teste o ritmo do animal, com o tempo você pode ir aumentando a frequência de exercícios. Não esqueça da coleira e da guia nas caminhadas. Nenhum cão nasce sabendo caminhar na guia, portanto procure saber como fazer para ensiná-lo ou faça aulas com um educador canino. Quanto mais positiva a experiência dele com coleira e guia, melhor.
  2. Fique atento a respiração e sempre leve água nos passeios, ofereça petiscos e recompensas para bons comportamentos.
  3. Estimule brincadeiras como buscar objetos ou jogar bolinhas.
  4. Corrida e natação são excelentes para as articulações. Tome muito cuidado com a piscina, se você tiver uma, pois o cão pode conseguir entrar na água, mas não tem conhecimento de como sair da piscina sozinho, o que pode causar acidentes. Sempre ensine o seu cão a sair da piscina. 
  5. É importante também deixar que bichinho socialize com outros animais em parques, hotéis e centros de convivência. Sempre supervisione o comportamento dele e dos outros animais. Muitas vezes eles brincam de jogo de dominância, o que não é briga.
  6. Se você não tem tempo para os exercícios dele, pense em contratar um profissional dog walker ou um educador para atividades diárias. 

 

Os benefícios são diversos e você perceberá uma melhora no humor, disposição, musculatura e relacionamento do cão. Portanto, exercício sempre!

 

Gostaria de fazer aulas com o seu cão, socializá-lo com segurança ou ensiná-lo a andar na guia? O Centro Belga de Educação Canina trabalha com comportamento canino, educação, esporte com cães e tem aulas para iniciantes. Entre em contato.  

A importância do sol para os animais

A rigor, a vitamina D não deve ser considerada uma vitamina, pois a exposição moderada à raios UVB dispensa a necessidade de a incluirmos na dieta.

 

Em geral, o termo “vitamina D” se refere coletivamente a duas moléculas muito parecidas, provenientes de cada uma dessas fontes. A vitamina D3, também conhecida como colecalciferol, é produzida por células da pele chamadas queratinócitos, a partir de um produto residual do colesterol, o 7-dehidrocolesterol, em resposta aos raios UVB. A vitamina D2 ou ergocalciferol é derivada de um esteróide vegetal similar e a molécula resultante apresenta pequenas diferenças estruturais em relação à D3. No entanto, nenhuma dessas duas versões tem qualquer atividade biológica no organismo. Primeiramente, cada molécula deve ser modificada por uma série de enzimas relacionadas em um processo chamado hidroxilação, que acrescenta dois terços de água à molécula a fim de gerar 25-hidroxivitamina D (ou 25D).

 

Essa conversão ocorre basicamente no fígado, mas vários tipos de células epiteliais também estão aptos a produzir a transformação localmente. A 25D produzida pelo fígado é, sem dúvida, a principal forma de vitamina D em circulação na corrente sangüínea. Sempre que o organismo necessita, a conversão final para a forma biologicamente ativa é requisitada – a 25D é novamente hidroxilada e se transforma em 1,25-disihidroxivitamina D (ou 1,25D). A enzima encarregada dessa função, a 1alfa-hidroxilase, foi identificada primeiramente nos rins, e a síntese renal é responsável por gerar boa parte do estoque de 1,25D circulante do organismo.

 

A importância da Vitamina D ultrapassou a saúde dos ossos. O pré-hormônio, que percorre todas as células do organismo, tem papel fundamental na prevenção a doenças autoimunes, problemas cardiovasculares, diabete, depressão, infecções respiratórias e cerca de 20 tipos de câncer. 

 

Por isso é importante que nossos animais de estimação façam passeios e peguem sol diariamente ou tenham espaço ao ar livre no ambiente onde vivem para pegar sol que não seja através do vidro. Os raios que ultrapassam o vidro são os UVA, extremamente lesivos para a pele e indutores de codificação dos genes do melanoma.

 

O nosso amigo Sol é quem nivela os níveis de vitamina D no corpo através dos raios UVB, aqueles que deixam a pele avermelhada e que são mais intensos no horário das 10 as 15 horas. Por isso, muitas vezes vemos nossos animaizinhos esticados no sol na hora mais quente do dia.

 

Apenas monitore o tempo de exposição em animais com pelagem clara, sabe-se que os animais de pele e pelagem clara são mais suscetíveis a câncer de pele e outros problemas dermatológicos. 

 

Só não vale cortar o sol da vida de seu pet, pois os raios solares são fundamentais para a síntese da vitamina D. Filhotes também precisam de sol, principalmente porque estão formando seus ossos.

 

Alimentação saudável, exercícios e alguns minutos de sol por dia são fundamentais para qualidade de vida em qualquer fase da vida do seu pet.

 

Dra. Joaquina Molina CRMV-RS 4294

10 coisas que você precisa saber sobre o animal idoso

1. Ocorre desequilíbrio das funções e aumento na vulnerabilidade a doenças.

 

Fique atento à baixa imunidade.

 

2. Animais passam a ser idosos dependendo da raça e do ambiente onde vivem.

 

Cães pequenos (até 9kg): 9 a 13 anos

 

Cães médios (9,5kg a 22kg): 9 a 11,5 anos

 

Cães grandes (23kg a 40kg): 7,5 a 10 anos

 

Cães gigantes (acima de 40kg): 6 a 9 anos

 

Gatos: 10 a 12 anos

 

 

3. Devem ser feitos exames periódicos para evitar o tratamento tardio.

 

Observe sintomas como aumento da sede, perda de apetite, vômitos, fraqueza, problemas na pelagem, tosse ou mudanças de comportamento repentinas.

 

 

4. Disfunção cognitiva é semelhante a doença de Alzheimer.

 

O animal passa a ter dificuldade de reconhecer pessoas, lugares e objetos. Ocorre diminuição da capacidade de atenção, problemas de orientação espacial e alterações no sono.

 

 

5. Perda de massa muscular e aumento da porcentagem de gordura corporal.

 

Para facilitar a digestão das proteínas responsáveis pela construção dos músculos, não devem comer e beber ao mesmo tempo.

 

 

6. Perda da função neuromuscular e degeneração das cartilagens.

 

A prevenção destes problemas deve começar cedo, com exercícios, dietas equilibradas e uso de suplementos antioxidantes que inibem inflamações. Gatos sofrem muito com a osteoartrose que causa diminuição dos movimentos e é a terceira maior causa de eutanásia em animais idosos dos Estados Unidos.

 

 

7. Cuidados com os dentes.

 

O tratamento da doença periodontal é fundamental para a saúde dos velhinhos. Evita infecções causadas por translocação bacteriana, como endocardite ou alterações no fígado, rins, articulações, meninges ou pulmões. Pelo efeito sistêmico, bactérias, seus subprodutos e toxinas, podem ganhar a corrente sanguínea e atingir todo o organismo.

 

 

8. A termorregulação se reduz.

 

Os animais idosos precisam ser protegidos das altas ou baixas temperaturas para facilitar o conforto térmico, prejudicado na idade avançada.

 

 

9. Perda dos sentidos.

 

A degeneração causada pelo envelhecimento pode gerar diminuição da audição, visão, paladar e olfato. Facilite o acesso a água, comida e cômodos. Tenha cuidado ao passear ou ao chegar em casa, eles podem não perceber os carros, por exemplo.

 

 

10. Efeitos sobre o sistema respiratório

 

Acontece a diminuição da expansibilidade torácica, da elasticidade pulmonar e do sistema mucociliar. Isso favorece o aparecimento de doenças e diminui a qualidade de vida. Exercícios moderados e cuidados com o ambiente são fundamentais.

 

 

Mas a velhice dos bichinhos é tão ruim assim? Não.

 

Muitos destes problemas podem ser evitados ainda na juventude dos pets. A medicina preventiva evita o sofrimento e tratamentos agressivos, possibilita uma vida mais tranquila para o animal e para seus donos humanos também. 

 

 

Dra. Joaquina P. Molina CRVM-RS 4294