Estilo de vida e a Doença Articular Degenerativa

As articulações têm como principal função proporcionar estabilidade ao corpo durante o movimento e suportar o seu peso, sendo necessário que não haja dor e uma amplitude completa de movimentos para que se possam realizar as atividades diárias e uma movimentação normal.

Uma articulação deve ser considerada como um todo, sendo composta por cartilagem, osso subcondral, líquido sinovial e ligamentos associados.

A cartilagem é um tecido sem vascularização constituído por condrócitos e por uma extensa matriz extracelular que representa mais de 95% do seu volume.

Os condrócitos são essenciais na produção e manutenção da cartilagem, sendo o único tipo de célula presente neste tecido.

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Hipotireoidismo em cães

O hipotireoidismo é uma endocrinopatia comum em cães causada por insuficiente produção e secreção de hormônios tireoideos.

 

 

A glândula tireóide está presente em todos os vertebrados e tem as funções de produzir, armazenar e liberar para a circulação sanguínea os hormônios tireoideanos, sendo estes relacionados com a atividade metabólica do organismo. Os hormonios tireoideanos são a triiodotironina (T3) e a tiroxina (T4), onde a triiodotironina é responsável pelas ações da tireóide e a tiroxina um reservatório na circulação sanguínea para conversão em triiodotironina conforme necessidade metabólica. A não produção ou produção reduzida destes hormônios pela tireóide caracteriza o hipotireoidismo, uma afecção da glândula tireóide que acomete os animais domésticos, sendo mais comum na espécie canina.

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Cálculos urinários em cães e gatos e a alimentação

As urolitíases representam um dos principais motivos de queixa em cães e gatos com afecções

urinárias.

 

Em gatos, aproximadamente 13% dessas afecções tem como causa os cálculos.Já para cães, essa porcentagem sobre para 18%. A formação de cristais e cálculos tem como causas a diminuição na freqüência urinária associada à supersaturação da urina, podendo estar relacionada a fatores dietéticos. Dentre os principais urólitos existentes, destacam-se como mais encontrados os de estruvita e oxalato de cálcio. A nutrição pode estar relacionada à formação, prevenção e tratamento das urolitíases.

 

Os urólitos podem ser formados em qualquer órgão do trato urinário dos animais, embora em cães a

grande maioria ocorra na bexiga (Lulich et al.,2000). Altas concentrações de solutos

(principalmente minerais) supersaturam a urina. Esse fator, aliado à diminuição na freqüência de

micção, são as causas principais da formação de cristais e urólitos.

 

A formação dos urólitos está relacionada a fatores dietéticos e não dietéticos. Entre os fatores não

dietéticos estão a raça, idade, infecção do trato urinário e sexo. Cães de pequeno porte, como

Yorkshire Terrier, Shi Tzu e Lhasa Apso, têm tendência maior ao aparecimento da urolitíase

quando comparados às raças de grande porte, como o Labrador. Isso ocorre devido a um menor volume

urinário excretado, e menor número de micções pelos cães de raças pequenas, aumentando assim a

concentração de minerais na urina (Stevenson & Rutgers, 2006).

 

 

A composição da dieta pode interferir tanto no aparecimento quanto na prevenção de recidivas de

urolitíases, já que a mesma afeta a densidade específica, o volume e o pH urinário (Carciofi et al.,

2007). Cães de raças pequenas e gatos alimentados com rações contendo baixo teor de umidade (secas)

tendem a urinar com menor freqüência e produzir uma quantidade menor de urina, porém mais

concentrada, aumentando as chances de ocorrência da urolitíase.

 

Uma dieta natural personalizada, com ingredientes específicos para cada caso, que fornecem quantidades equilibradas de minerais, associada a nutracêuticos, controlam o PH urinário impedindo a formação de urólitos, tanto de estruvita quanto de oxalato de cálcio. A dieta natural também auxilia na prevenção por apresentar 70% de água, favorecendo a absorção e mantendo a hidratação, principalmente em felinos, evitando a supersaturação da urina.

 

 

 

Bibliografia: Nutritional management of dogs and cats with urolithiasis – review

Renato Pacheco Monferdini1, Juliana de Oliveira

 

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Epilepsia em cães e gatos

As convulsões podem ser classificadas de acordo com a sua apresentação, como focal ou generalizada.

 

Em cães, convulsões generalizadas (com alterações da consciência e atividade motora bilateral) é o tipo mais comum. Gatos comumente apresentam crises focais, que podem ser eventos motores e psicomotores. Qualquer parte do corpo pode ser envolvida durante uma convulsão focal, dependendo da região do cérebro afetada.

 

A epilepsia é um distúrbio cerebral caracterizado por convulsões recidivantes. A crise epilética apresenta vários componentes. A verdadeira crise se chama “icto”.  Antes da crise, “pré-ictal” e pode ocorrer uma fase de mudança de comportamento chamada “aura”, nesta fase os animais podem esconder-se, parecer nervosos ou procurar seus proprietários. O “icto”, ou a crise verdadeira, dura geralmente 1 a 2 minutos, mas a variação é considerável.

 

Após a crise, fase “pós-ictal”, o animal pode retornar ao normal em segundos a minutos ou mostrar-se inquieto, letárgico, confuso, desorientado ou cego por alguns minutos ou horas.  Importante saber que a “aura” ou a fase “pós-ictal” não apresentam nenhuma relação com a gravidade das crises.

 

As mudanças comportamentais das crises são compostas de um ou mais fenômenos involuntários: perda da memória ou da consciência;  alteração de movimento ou tônus muscular;  modificação na sensibilidade, incluindo alucinações dos sentidos, visual, olfatório ou auditivo; distúrbio do sistema nervoso autônomo como :salivação, micção ou defecação; outras manifestações psíquicas, processos cognitivos anormais ou humores identificados como alterações comportamentais, por exemplo: medo, raiva, perseguição da cauda.

 

A epilepsia pode ser idiopática ou primária, ou seja, não tem qualquer causa patológica demonstrável e pode ser hereditária. As secundárias, podem ser por causa degenerativa, do desenvolvimento, inflamatórias, infecciosas, tóxica, metabólica, nutricional, traumática, neoplásica ou vascular.

 

Outra causa pode ser o aumento na excitabilidade dos neurônio acompanhando de defeitos na inibição ou se originar de condições ou fatores que promovam a excitação neuronal como por exemplo a ativação elevado de receptores de NMDA pelo glutamato.

 

Muitos produtos para alimentação, rações e petiscos para pets contém o glutamato monossódico. Pesquisas recentes mostram que o glutamato monossódico pode ser classificado como uma excito-toxina, ou seja, uma substância que estimula suas células a ponto de danificá-las ou mata-las. Isto é particularmente perigoso se associado ao glutamato,  por ele ser o principal neurotransmissor estimulante do cérebro. A danificação nas suas células cerebrais pode levar a  efeitos colaterais como por exemplo, epilepsia, dificuldades de aprendizado, obesidade e lesões oculares. Entretanto, muitos animais que apresentam quadros iniciais de convulsão e que passam a receber dietas naturais nunca mais convulsionam.

O primeiro problema a ser superado no tratamento da epilepsia é o fato de que estamos lidando com uma condição que, na maioria dos casos, tem sintomas muito violentos. A salivação, espasmos musculares, uivos, muitas vezes involuntários que podem ocorrer, juntamente com a falta de coordenação do período de recuperação que produzem um estado compreensível de repulsa em muitos proprietários, e um sentimento de impotência, especialmente quando eles testemunham uma crise pela primeira vez.

 

Muitos casos que se apresentam para o tratamento homeopático já estão recebendo anticonvulsivantes convencionais, como fenobarbital e outros. Estes podem não  controlar adequadamente a situação e / ou pode haver preocupações sobre os efeitos colaterais da sua utilização, como danos ao fígado, a longo prazo, o que faz com que muitos proprietários busquem formas naturais de tratamento como a homeopatia, acupuntura ou fitoterapia. 

 

No entanto homeopatia desde o início dá a melhor chance de controle e cura.

 

O tratamento homeopático pode atuar de duas formas. Uma delas é a abordagem constitucional do paciente, visando a obtenção de uma cura completa, pois isso oferece a melhor chance de sucesso, e algumas  vezes, um remédio "agudo" é utilizado como complemento. O outro envolve  o uso de ambos os medicamentos homeopáticos e convencionais. O objetivo aqui é o de usar a homeopatia para reduzir a dependência de medicação pesada, aumentando deste modo as margens de segurança e melhorando a qualidade de vida para o paciente.

 

Dra. Joaquina Pinto Molina CRMV 4294

 

Bibliografia:

 

Michael D. Lorenz, Joe N. Kornegay: Neurologia Veterinária-4ªed/2006; pg 223-243 Ed. Manole Ltda